- Nazaré 1948 -
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os meus alter egos
TEMPO
Os pardais vivem cerca de 2 anos, metade do tempo dos seus pestilentos rivais e companheiros citadinos, os pombos.
Uma proletária formiga vive entre 50 a 100 dias. Acredita-se que não tenha a mínima noção de quão ridículo e insignificante é esse seu lapso existencial.
A tartaruga gigante pode viver até aos 152 anos e pensa-se que não deseje saber porquê.
Em condições propícias as zebras conseguem viver até aos 28 anos. Suspeita-se que não façam projetos de vida para além desse período.
A mosca tem uma esperança média de vida de uns meros 3 dias. Se ela decidir entrar em minha casa essa sua esperança de vida é encurtada para uns excitantes e atribulados 15 minutos.
O homo sapiens, com alguma sorte, morre entre os 70 e os 120 anos. Apesar de haver alguns exemplares que reduzem deliberadamente o tempo da sua existência, a maioria procura viver eternamente. O homo sapiens adora relógios. Dão-lhe o compasso do tempo presente, sempre presente. Dão-lhe a noção que o tempo que foi e o tempo que há-de vir têm sempre o mesmo ritmo e a mesma dimensão. Mas ele prefere usar os relógios para saber quanto tempo lhe resta para estar atrasado. São de um dia desta minha vida já com mil e quinhentos milhões de Tics e Tacs. Começo a marcar aqui o meu tempo com um relógio. Um relógio exclusivo, único e, ao mesmo tempo, sincronizado com mais mil e quinhentos milhões de outros relógios. O tempo voa, todavia sempre à nossa volta, e hoje é Anno Domini.
O homo sapiens, com alguma sorte, morre entre os 70 e os 120 anos. Apesar de haver alguns exemplares que reduzem deliberadamente o tempo da sua existência, a maioria procura viver eternamente. O homo sapiens adora relógios. Dão-lhe o compasso do tempo presente, sempre presente. Dão-lhe a noção que o tempo que foi e o tempo que há-de vir têm sempre o mesmo ritmo e a mesma dimensão. Mas ele prefere usar os relógios para saber quanto tempo lhe resta para estar atrasado. São de um dia desta minha vida já com mil e quinhentos milhões de Tics e Tacs. Começo a marcar aqui o meu tempo com um relógio. Um relógio exclusivo, único e, ao mesmo tempo, sincronizado com mais mil e quinhentos milhões de outros relógios. O tempo voa, todavia sempre à nossa volta, e hoje é Anno Domini.
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